Escândalo Alstom: investigações só na Europa, em SP não

O Ministério Público da Suíça - eu disse, o da Suíça - bloqueou uma conta de Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), por suspeita de que ele tenha recebido propina da Alstom.

A multinacional é suspeita de ter pago milhões de dólares em propina a autoridades da administração paulista - desde o governo Mário Covas - e a integrantes do PSDB, em troca de milionários contratos com estatais de São Paulo, principalmente das áreas de energia e equipamentos ferroviários (metrô e CPTM).

A suspeita das autoridades internacionais é de que Marinho tenha ajudado a empresa a conseguir um contrato ilícito de R$ 110 milhões em 1998, depois que deixou o comando da Casa Civil do governo Mário Covas. Segundo os promotores suíços, recursos oriundos de pagamentos ilegais da Alstom caíram na conta suíça do hoje conselheiro do TCE-SP. As transferências de dinheiro, dizem as autoridades, coincidem com o contrato assinado pela multinacional com a Eletropaulo em 1998.

Tesoureiro da campanha que levou Covas ao governo do Estado em 1995, Robson Marinho foi seu chefe da Casa Civil até abril de 1997, quando foi indicado conselheiro do Tribunal de Contas pelo governador. Ele nega as acusações, e diz não ter contas na suíça.

Já o comportamento do governo tucano em São Paulo é, no mínimo, suspeito. Avolumam-se as sucessivas acusações de propina paga pela multinacional e de corrupção nas estatais paulistas que firmaram contratos (a maioria ilegais) com ela, mas o governador tucano José Serra - e seus antecessores, também do PSDB, como Geraldo Alckmin, por exemplo - nunca deixaram ser feita nenhuma investigação no âmbito do governo.

Enquanto a Alstom é investigada pela Justiça na França e na Suíça por contratos ilegais e pagamento de comissões em São Paulo, a administração do governador José Serra faz de tudo para colocar uma pedra em cima e não deixa de forma nenhuma ser instalada uma CPI na Assembléia Legislativa para investigar a questão - aliás, nos 15 anos de governo em São Paulo, os tucanos arquivaram e impediram a instalação de mais de 60 pedidos de CPI.

Com News Front

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